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“O castigo que existe para aqueles que não se interessam pela política é serem governados por aqueles que se interessam”.
Arnold Toynbee, economista inglês do século XIX.

31 dezembro 2010

A Década de 2000/2009

Balanço
A década em que as ilusões morreram
31.12.2009 - 07:33 Por Miguel Gaspar
Ray Stubblebine/Reuters

Aos olhos dos jornalistas, todas as décadas são superlativas. Todas mudaram o mundo e todas mudaram as nossas vidas. Nada foi como dantes depois da Apolo 11, do 25 de Abril, da queda do Muro de Berlim ou da explosão da Internet - para nomear apenas quatro momentos-chave, entre outros, das quatro últimas décadas. Então, o que distinguiu realmente esta década que, como as anteriores, conhece o seu fim jornalístico um ano antes do seu verdadeiro epílogo?

Muito provavelmente, o pessimismo. E também a globalização. Mais do que as catástrofes, contou o modo como olhámos para elas, do Katrina ao tsunami do Índico. Mais do que conflitos, enfrentámos atentados, guerras simbólicas que depois deram origem a guerras reais. Do 11 de Setembro à crise económica de 2008, vimos o eixo do mundo deslocar-se. Da "nova ordem mundial" anunciada depois do fim da URSS para uma guerra religiosa global desencadeada pelo fundamentalismo islâmico; do domínio do Ocidente ao declínio da potência americana e à emergência incontornável dos novos actores asiáticos, China e Índia. Entre o ataque às Torres Gémeas e a falência do Lehman Brothers, perdemos as nossas referências e não fomos incapazes de inventar balizas novas. Enquanto ficámos sem saber como pensar, nunca os seres humanos comunicaram tanto como agora. Dos protestos nas ruas de Teerão inscritos no YouTube à banalização da blogosfera ou das redes sociais, passámos a viver ainda mais em tempo real. Mais importante ainda, as pessoas apropriaram-se da comunicação e do poder que esta representa e podem projectá-lo à escala planetária. Mas no mundo desta década, uma capacidade maior para fazer perguntas não foi capaz de encontrar ou de ouvir respostas sobre o futuro.Foi também assim a década portuguesa. Inaugurada sob o signo de uma catástrofe, a queda na ponte de Entre-os-Rios, e pela expressão que António Guterres usou para se despedir do poder, no final desse sombrio ano de 2001: "o pântano". Passámos todos estes anos a tentar fugir dele, sem encontrar a saída. Para o défice, para a reforma do Estado, para o modelo de desenvolvimento económico, até a crise internacional nos ter atirado ainda mais para o fundo. Ao mesmo tempo, a sucessão infindável de escândalos judiciais, todos fortemente mediatizados e quase nenhum resolvido nos tribunais, abalaram a confiança nas instituições e aumentaram a distância entre governantes e governados.No país, como no mundo, é uma sociedade à procura da confiança, de um sentido e de uma ideia de futuro. Esta década que acaba (sem acabar) foi sobretudo a do fim das ilusões. Do fim da ilusão da prosperidade ininterrupta, do fim da ilusão de um mundo sem conflitos, do fim da ilusão de um mundo cuja história podia acabar. Voltámos à realidade da história que não se deixa aprisionar por um discurso e de um presente que passou a ser escrito por culturas diferentes, todas com uma vida própria. Ainda não temos as palavras certas para viver nesse mundo. Guardemos portanto as da década que passou. As que designam os principais pontos de viragem da história, os novos termos que entraram na linguagem de todos os dias e alguns dos nomes que marcaram os últimos dez anos.

http://publico.pt/1415898
in http://www.publico.pt/Mundo/a-decada-em-que-as-ilusoes-morreram_1415898